About me: Margarida C. Lisboa/Manaus Repórter Quote: 'se deus quiser / um dia eu quero ser índio / viver pelado / pintado de verde / num eterno domingo' Minha Amazónia photos by Margarida C. © 2006 Minha Biografia photos by Margarida C. © 2006 sobre fotos de G. Cortes Ajude a Preservar a Amazónia! My Song: play / off |
Conexão Lisboa-Manaus
Faltam apenas para a Grande Dança das Tribos começar! «Viajar! Perder Países!»sexta-feira, março 30, 2007Foto de Margarida C. - Da amurada do 'Golfinho Azul', Cais Velho de Manaus (AM, 2006) Aguardo a acalmia do trânsito no cais. Muita gente chegando e partindo, nos últimos dias, tumultuando o tempo, na voracidade de sugar cada magro momento das presenças em passagem. Acontece que estarei por minha conta, sozinha em Lisboa, durante a próxima semana. Com o devido perdão, que a informação fique como resposta (telegráfica e colectiva, eu bem sei!...) aos e-mails recebidos, entretanto. Prometo, nessa brecha, resgatar a ausência aqui do blog. E, nesse vai-e-vem, que vem-e-vai e faz que vai-não vai, e indo-e-vindo fica, lembro-me de Pessoa ao de leve. Mas só ao de leve. Por enquanto. Até ver. Até ser hora. Forte abraço meu, a todos do 'Conexão'! Viajar! Perder países! Ser outro constantemente, Por a alma não ter raízes De viver de ver somente! Não pertencer nem a mim! Ir em frente, ir a seguir A ausência de ter um fim, E a ânsia de o conseguir! Viajar assim é viagem. Mas faço-o sem ter de meu Mais que o sonho da passagem. O resto é só terra e céu. Fernando Pessoa, 20-9-1933 posted by Margarida C. on 11:11 da manhã
sexta-feira, março 23, 2007Foto de Lapidim - Amanhecer no Rio Juruá (3,280 km). Durante a época seca, quando o nível das águas fica extraordinariamente baixo. Cruzeiro do Sul - Acre - Brasil Hoje, queridíssimos amigos fizeram-me chegar mais alguns episódios da minisérie Amazônia - de Galvez a Chico Mendes, que a turma continua a rodar no Acre. Subitamente, penso nesse "mundo no fim do mundo" a passar em horário nobre na Globo e a tarefa de narrar/mostrar - essa delicadíssima incumbência de "dar a ver" - ganha contornos que me ocupam o pensar, por toda a manhã. Nos entretantos, recordei-me do texto que o Diogo pediu ao Toinho para publicar. Porque será?! (...) Quem sabe o novo pensamento acreano seja fruto de nossa geografia, nossa miscigenação, nossa curta história branca, nossos pensamentos parentes, ou mesmo tudo isso unido a uma certa magia, que dizem, encanta este lugar e faz com que as pessoas não parem de pensar, inquietas? posted by Margarida C. on 1:16 da tarde
Aquela jaqueira que rebentava na sombra do quintal, fotografada por LV Pedroso - AM, Fevereiro de 2007 Toinho Alves diz muitas vezes que «a História é feita de parábolas» e que nunca é de mais (re)contá-las. Acredita, Toinho, que «há sempre alguém disposto a descobrir algum sentido». Para se entender o confabulado por Toinho, importa enquadrar o ouvido europeu, baixar um pouco a voz e, como quem faz "psiuu!" no breu da caverna da orelha mais inocente e desavisada, explicar que, desde que o mundo é mundo e até há bem pouco tempo, existiam lugares ao ventre onde somente se ia e vinha pela água. Depois do tombo de Ícaro, não ficou nem asa, nem outro caminho. Só a estrada das águas. Ora, acontece e é sabido (igualmente desde que o mundo é mundo) que as coisas líquidas são mais nervosas, dadas a caprichos e outras inconstâncias, próprias de todas as grandezas que têm curso e só são o que são por entre elas e a sua perpétua romagem, não existe nenhum crivo de abismo ou diferença. Essas certas coisas líquidas são rumo, sendo que o rumo não é senão o que sobra esboçado nessa sua mesma liquidez. As águas não são excepção. São, aliás, a matriz. Águas são águas porque têm movimento, têm escorro e córrego. E só. De outro modo, não seriam água. Talvez fossem terra, mas não há como saber. Sempre será uma questão de suposição, imaginação, abstracção - e tudo o mais afecto a esse terminus em "ão" que aponta ao funil oco que sobe da gravidade do chão ao ar - pois, como ficou dito, água é água, desde que o mundo é mundo e não há como possa ser outra coisa. É, pois, nesse existir equilibrado sobre a evidência primeira do Princípio, que vivem os Povos da Floresta e das Águas. Nos rebordos de chão que habitam, tudo requer o consentimento peregrino da matriz e, como se vê, ali a matriz é a água. Assim sendo, a vida que vem e que vai, só vai e vem na justa medida das enchentes e das rebaixas que animam cursos e leitos, rios e igarapés. Tudo obedece à mesma cadência régia dessa infatigável romeira líquida, que é a água. Se a água quer, a gente tem peixe, pesca, come e se alimenta. Se a água não quer, a gente mingua e jejua. Se a água deixa, a gente voga e vai. Se a água impede, a gente espera e fica. Sereno, tudo sempre muito sereno. Como é natural, por ser da Natureza. O que aqui se recorda para o peixe, vale para tudo e para todas as coisas. Até para a gasolina que abastece os motores e os automóveis, para a energia eléctrica, o carvão e os cigarros, no trânsito suspenso das balsas e dos navios, interrompendo a navegação, o aportar e a largada, os fluxos de carga e os porões. Porque a lei das águas não faz destrinça entre grandes e pequenos e o que é válido para as magras pirogas, é válido também para as barcas e os grandes cargueiros. Assim é o dítame das águas: todos seguem ou ninguém passa. E se a hora for de vedar o largo, todos esperam e esperam juntos até ser hora das águas outra vez se deixarem navegar sem encalhar. Nessas temporadas, abastecimento e trocas podem ser impossibilidades impossíveis de contrariar. Mas assim é também a lei: morar em lugares mais rentes ao ventre é um privilégio dado somente a alguns e a Natureza tem seus esquemas e artimanhas para avaliar o recto merecimento desses que escolhe para abençoar. Não basta querer o paraíso. Isso todos querem, com a mesma compulsão sobranceira que legitimamente nos assiste a todos, de sempre, e em todas as vezes, querermos para nós aquilo que acreditamos ser o melhor entre todas as coisas que se oferecem para querer. De igual modo, não basta querer morar no "Paraíso". Há que ser capaz de nele ter sua morada. É por isso que, para os Povos da Floresta e das Águas, a "serenidade" é tão simples como estar vivo. Eles sabem que essas "privações" são somente um modo errado de pronunciar o que os distingue dos demais humanos. A Grande Floresta é "grande" porque vomita farturas por todos os poros. Não há, em verdade, segredo algum a esse respeito. Até mesmo aqueles que nunca nela se emaranharam, sabem por terem ouvido dizer que tudo ali é abastância. É sabido que na Grande Floresta tudo é vida e toda a gente sabe que não há outro alimento que melhor possa alimentar a vida do que a própria vida. Acontece que viver em fartura é fácil, todos querem, todos são voluntários espontâneos, se oferecem e disponibilizam. Não tivesse a Natureza encontrado seus justos mecanismos de selecção, e talvez o mundo se tornasse um imenso deserto humano, com todas as pessoas a confluirem para os lugares onde a vida pode se enfartar sem esforço, nem misericórdia. Mas a Natureza é sábia e tratou de dificultar ímpetos fáceis e previsíveis, para proteger a fertilidade dos seus mais sagrados úteros, pois que toda a fonte deve ser preservada e poupada, não muito diferente do que todo o lavrador faz por instinto com o gado fêmeo em trabalho de parto contínuo. Tudo isso de que resultam as "privações" não é senão o entorno que se tornou preciso criar para decidir do merecimento de alguns para erguer suas moradas junto á perigosa e tentadora fonte de abastanças e riquezas tamanhas. Estão junto aos cardumes, aqueles que sabem sorrir de barriga vazia durante o tempo de sua ausência do corpo dos rios. Como estão próximos da raiz pura do guaraná somente aqueles que também suportam o calor sufocante, os mosquitos, as febres das matas, os uivos do breu, o rugido das onças cercando a noite, a picada do aluvião dos leitos, entre esta e aquela pedra. Não é grave que o afastamento das águas leve embora o alimento de hoje. Eles sabem que a vazante é o começo da enchente, e que o marulhar dos rios, lagoas e igarapés retornará breve e grávido de cardumes crescidos. Grave seria se a água se atrasasse ou fosse embora e não voltasse nunca mais. Esse sim, seria um abandono tão imperdoável quanto inesperado. Mas não é assim com a água. Água é matriz porque é mãe. E mãe nunca se afasta ao ponto de jamais regressar. Deserções assim são próprias dos mortais, sendo que até entre mortais existem dignas e honrosas excepções. Já se disse, é sabido. A Natureza é sábia e os sábios não fazem suas escolhas por acaso. Muito menos no que juntam, casam, misturam ou aproximam. A proximidade é uma grandeza de relação, que vai de uma coisa a outra e, nesse sentido, une a outra à uma e a uma à outra. De sábia que é, a Natureza sabe que grandezas díspares não se podem unir e, por conseguinte, sabe também que nem tudo se deve permitir à união. Rompe, afasta, aparta, dissolve... que a Natureza também sabe ser implacável na defesa do lugar certo de cada um e de cada coisa. E se dúvidas houver, manda rugir onças ao luar, faz subir febres na mata, apaga do bolso o cigarro, esvazia do rio os peixes e deixa barrigas vazias a jejuar. Sabe que assim reconhecerá os que pertencem às águas e à floresta. Sabe que esses sobreviverão sorridentes às "privações" e que os há-de reconhecer andando a pé, catando galhos secos, tomando cachaça ao redor da fogueira, cantando canções verdes ao violão, de frente para a jaqueira que vai engordando no fundo do quintal. Sem pressa. Sem ter mesmo pressa nenhuma. Serenos. A jaqueira e eles. Eles como a jaqueira: «vida possível rente ao chão». Como é natural. Por ser da Natureza. Acho que já contei, aqui, a história da crise de abastecimento na cidade de Rio Branco no início dos 80. Se contei, repito, porque há de servir a alguém. A História é uma parábola feita de parábolas e há sempre alguém disposto a descobrir algum sentido. Pois se tem até quem procure petróleo! Aliás, é sobre isso o causo. António Alves - "Entrechuvas" posted by Margarida C. on 8:07 da manhã quinta-feira, março 22, 2007Foto da minha ancestral, virtual-virtuosíssima e tribal consanguínea companheira Tati Cardeal - «Hold» (encontro indígena em Betioga, SP - 2006) The mind, like the dyer's hand, is colored by what it holds. — fonte desconhecida posted by Margarida C. on 9:18 da manhã quarta-feira, março 21, 2007Foto de Ângela M. - com a tribo dos Tapeba (Brasil, Julho de 2004) Andámos pela serpentina dos rios. A correr leitos barrentos. A mergulhar sem ver. A ver mais claro nas superfícies turvas adentradas. Nadando horizontais, desenhando braçadas e pingos sobre a cama líquida das vitórias régias. Como os peixes e as guelras. No remanso dos barrancos alagados e nas várzeas a descoberto, quando a corrente abaixa e o rio desce e as magras tiras de areia lavada se estiram ao sol, a salvo das chuvas e das enxurradas. E só depois percebi que me entrou pela pele este vício de águas pardas, que nem aqui me deixa e há-de ser para sempre. Como uma segunda história agarrada à alma, atravessada em bem-fazejo espinho ao coração, por debaixo dos ossos, por debaixo do lugar onde o corpo ainda me dói como doía. Como jamais há-de curar-se de me doer. posted by Margarida C. on 10:53 da manhã
terça-feira, março 20, 2007Apparent disk of Moon for 2007 Mar 21 at 00:00 UT NASA - U.S. Naval Observatory Astronomical Applications Department Bem sei que o ano é bissexto e ainda bem! Porque dizem que todo o ano bissexto serve para introduzir uma correcção ao movimento e reaproximar o tempo dos homens do tempo real do mundo. E também sei que falta pouco para o equinócio boreal que trará a Primavera e devolverá o planeta ao primeiro ciclo de fogo do ano. É certo que também dizem que os anos bissextos baralham as contas celestes a quem anda a medir a duração dos dias. Mesmo assim, gosto de pensar que daqui a pouco, quando raiar a aurora, haverá uma metade exacta do corpo do Sol que estará acima do horizonte, e que, quando o crepúsculo cair, uma outra metade perfeita estará oculta abaixo dele. Porque gosto de pensar que toda a linha divisora é, afinal e só, fiél de equilíbrio a trespassar a duração de tudo o que acorda e adormece. Hoje em partes iguais, em metades iguais. Dias e noites iguais, então. Hoje, só hoje. Só duas vezes no ano. Mas gosto mais desta, confesso. Porque, a partir daqui, cada dia que passar há-de aumentar-se à razão das noites que se encurtam, e do inevitável regresso da assimetria há-de resultar a insolação maior do hemisfério. E eu gosto. Também gosto. Que a perfeição se desequilibre em nome de mais horas despertas, mais luz e mais calor. Gosto, também gosto. Do ganho assimétrico que há-de deixar a Terra mais perto do Sol. Porque quando a Terra está mais próxima do Sol viaja mais veloz. posted by Margarida C. on 11:32 da tarde The Gift - "Fácil Entender" The Gift - "The Mirror" + "Fácil de Entender" (Concerto de 11 de Dezembro de 2006 no Portimão Arade) in www.portitv.com A mais recente das inusitadas "perseguições" que algumas músicas, por vezes, me movem. Toca onde quer que entre, por onde quer que vá, onde quer que eu esteja. Na rádio, então, é fatal como o destino. E não adianta mudar de frequência porque volto a apanhá-la algures na banda do FM, mais adiante, mais atrás (não importa!): do início, a meio, já a raiar os acordes que lhe preparam o fim (não importa!). E não lhe contrario nem o acaso, nem a coincidência. Escuto. Até aqui, no blog. (...) Por mais vezes que oiça, confesso que me comovo sempre com essa qualquer coisa que só se aflige o suficiente nesse rojo de fundo que há nas vozes graves e sujas. Não sei. Nunca entendi bem essa minha propensão do ouvido para certos timbres. Talvez seja mesmo só o travo castigado que trazem por debaixo, essa espécie de lastro subcutâneo que sempre arrastam, quando a língua roça a palavra na primeira sílaba, e que deixam depois como rasto, a seguir ao som se despedir da boca. Talvez me seja só, simplesmente, mais fácil de entender. Não sei. Não é importante saber. Se fosse saberia. Sei o que basta: os roucos fazem-se sempre ouvir acima das mudas vozes estridentes de outros. p.s. - Ficam duas versões. A última abre com a minha eterna: a preferida do 1º álbum - Vinyl (entendam como... um bónus!). Estávamos em 1998. Foi o primeiro encontro: eles uma banda sem trapézio, que vinha de Alcobaça, tão garota na música como nós na televisão. Entraram-nos porta adentro "porque sim". Entraram a dizer que sabiam que eram bons e nós também, que mereciam e nós também, que valiam a pena e nós também. Nós não quisémos. O editor recusou. Paciência! Estava escrito que haveriamos de nos cruzar mais vezes (tantas vezes!), não é verdade Sónia?! posted by Margarida C. on 8:10 da tarde
quinta-feira, março 15, 2007Na volta do Acre, Cora escreveu sobre a visita no jornal. Eh, Cora, todo o viajante que pisa chão novo pela alma - e não apenas para colocar só mais uma bandeirinha no mapa mundi percorrido - sabe bem o quanto urge dar voz de notícia à viagem!...
por Cora Ronái Se estivessemos lado a lado, agora, bebendo "umas Paceñas no boteco da esquina", ou na falta, uma Skoll ou uma Antártica bem gelada, partilharia com você, Cora, esse mesmo embaraçante rubor diante da "pobreza asseada". Te contaria em viva voz, Cora, que, no mesmo dia em que seu artigo é publicado, o ministro do Ambiente português anunciou 15oo milhões de euros para a «reabilitação urbana» de Lisboa e Porto. E igualmente envergonhada, te diria que ao ouvi-lo me fiquei a perguntar - a fazer fé no inventário das carências e no diagnóstico das necessidades - quantos mais milhões ficam em falta para «reabilitar» todas as cidades de Portugal, tão iguais em direitos e prioridades, não fora o facto de não serem, como Lisboa e Porto, as maiores do País. Mas isso seria se a nossa conversa acontecesse antes de ler o seu artigo e você me trazer à memória o limpo colorido das poeirentas ruas varridas da Terra do Chão Vermelho. Depois disso, depois da sua crónica, depois de destravar a memória e de me pôr a pensar um bocadinho, te confessaria antes a minha suspeita de que talvez 15 milhões de euros sejam até um exagero. E então, entre dois golos gelados, muito provavelmente te falaria da minha desconfiança nascente de que qualquer vassoura faria mais, melhor e mais barato. Assim houvesse esse respeito das gentes do Acre por aqui, em Lisboa e no Porto e em todas as cidades do meu País. Assim houvesse uma cultura educada na convicção de que cada beira de calçada é um quinhão urbano que cabe a cada morador cuidar. Tal e qual o tapete da sala. Tal e qual o canteiro regado na varanda de sua própria casa. Porque o que acontece no Acre é que as ruas da civilização não se perderam dos trilhos da floresta. Pelo menos, não completamente. Não irremediavelmente. E, assim sendo, foi o próprio espírito da florestania que tomou a cidade e a fundou no respeito pelos mesmos princípios e valores com que o índio pede licença à Grande Floresta para lhe apartar em discreta clareira o arvoredo e ali aninhar a sua maloca. É o mesmo amor originário que os acreanos (como todo o Povo da Floresta, aliás) nutrem pelo chão que lhes dá guarida, que invade a urbe e se vê - vivo ainda, sadio ainda - nas ruas "coloridas" e "limpas". A provar que nem todo o capital trabalho pede euros e reais para ser cumprido. A demonstrar que é um investimento outro, esse que o património primeiro pede. E, contas feitas, se percebe que são quase nada em eficácia, os bolsos mais abonados de recursos das cidades grandes, ao pé do esmero cuidado e do orgulhoso zelo das cidades outras. posted by Margarida C. on 3:03 da tarde
Fotografada por V. Garibbaldi - Rio Negro (AM), Junho de 2004 Eu sei Tudo por acaso Tudo por atraso Mera distração (diversão) Eu sei Por impaciência Por obediência Pura intuição Qualquer dia, qualquer hora Tempo e dimensão O futuro foi agora, tudo é invenção Ninguém vai saber de nada E eu sei Pelo sentimento, Pelo envolvimento, Pelo coração Eu sei Pela madrugada Pela emboscada Pela contramão Por qualquer poesia Por qualquer magia Por qualquer razão Lenine - "Tudo por acaso" posted by Margarida C. on 11:59 da manhã quinta-feira, março 08, 2007Foto e composição de Margarida C. As a woman I have no country. As a woman my country is the whole world. Virginia Wolf posted by Margarida C. on 6:27 da manhã terça-feira, março 06, 2007Foto da minha estimadíssima amiga Sheila F. - Amazónia 2004 "Two roads diverged in a wood, and I… …I took the one less travelled by, and that has made all the diference" The Road not Taken - Robert Frost (1874 - 1963) posted by Margarida C. on 6:22 da tarde Foto: Ediney Santana, fotografado por Heraclia - Fevereiro de 2007
As flores eram o seu maior temor. Não importava se eram flores naturais ou artificiais. Uma simples gravura de uma desbotada flor qualquer lhe despertava o mais profundo sentimento de tristeza. Todas as noites colocava um velho vinil de Edith Piaf. Ficava ali parado e sem razão, sem desejos e esquecido para o mundo. Quarta-feira de cinzas, sua ruazinha dormia o silêncio da alegria, o carnaval foi-se na balada melancólica dos seus olhos aflitos. Naquela cinzenta tarde algo aconteceu. Ligou para a floricultura e pediu todas as flores amarelas. As flores amarelas eram as que mais o apavoravam. Flores em casa, lágrimas, calafrios, tremores. Amanheceu, corpo nu, e ao redor: flores na boca. Nas mãos cerradas: flores. Havia uma paz na cidade. Piaf: morta...Rua calma, arco-íris... Ao longe uma criança canta: Agora, além dos livros e do copo entre o vazio e o cheio, também tem um blog: AQUI posted by Margarida C. on 9:03 da manhã
Fotos e composição de Margarida C. posted by Margarida C. on 6:32 da manhã
domingo, março 04, 2007posted by Margarida C. on 9:22 da tarde sábado, março 03, 2007Foto de Ângela M. Ferreira - "o amor das coisas no seu tempo futuro" Podes, sim: porque não?! Eu deixo. Vamos trocar de lugar, inverter a perpectiva, mudar a posição e o foco. Espreita. Diz-me o que vês, que eu digo-te assim: um dia também consegui ser como tu - só uma garotinha. Ceará - Outubro de 2004 posted by Margarida C. on 5:12 da tarde Vês? não há nada a chorar. O que pensavas não existe. A esfera é assim: bola ao ar, é muito mais bola que triste. Ângela M.Ferreira (texto e foto) - "Princesa" posted by Margarida C. on 10:55 da manhã
sexta-feira, março 02, 2007Foto de Ângela M. Ferreira - "Redes: As Tuas Mãos nas Minhas"
posted by Margarida C. on 11:41 da manhã quinta-feira, março 01, 2007Foto da minha estimadíssima amiga Sheila F. - Amazónia 2004 Ás vezes julgo ver nos meus olhos a promessa de outros seres que eu podia ter sido, se a vida tivesse sido outra. Mas dessa fabulosa descoberta só me vem o terror e a mágoa de me sentir sem forma, vaga e incerta como a água. Sophia de Mello Breyner - "Ás Vezes" posted by Margarida C. on 11:55 da manhã
|
|
maystar design